No meu sonho, eu rodava quilómetro após quilómetro, sorrindo e cantando, olhando sem olhar, vendo sem ver, num calor de Verão apetecido e inventando mil paisagens no peito.Sonhei que chegaste no teu fato em tons de cinza e anonimato.
Trazias nos olhos um calor feito de ternuras e saudades.
Mergulhaste intensamente num mar de abraços, embrulhados em desejo profundo. Devoramos palavras loucas, com o coração num galope enlouquecido.
Depois virei-me para o lado e ... continuei a sonhar.
Agora rodava de novo, engolindo quilómetros dilacerados, percorrendo o corredor de uma estrada desconhecida. Choviam lágrimas magoadas que não conseguia afastar e nas bermas daquela estrada, as flores não tinham cheiro.
Num silêncio gritante, tentava proibir o meu sonho de sonhar, com as coisas que não me pudeste dizer. Sonhei que este sonho era único e não tinha preço. E por fim, sonhei que já não morava dentro de mim.
Os sonhos são sempre assim, estranhos e muitas vezes angustiantes.
ResponderEliminarEste sonho está muito bem descrito, com a mudanças de andamento e de cenário que são próprias de um sonho.
Manuela
O mais triste deste sonho: as flores sem perfume na berma da estrada.
ResponderEliminarÉ que qualquer estrada por mais longa e difícil que seja se amansa quando salpicada de perfume de flores.
Gostei muito!
Beijos
Quando a gente acorda, dá graças a Deus! O segredo está em não mudar de lado, diabinha querida!
ResponderEliminarBeijo!
Diabinhos, tenho tantas saudades de sonhar....
ResponderEliminarAté que a 1ªparte do sonho não era má. Tens que te virar de novo, hihihi
ResponderEliminarImagem bonita!
FC
Diabinho,(a)
ResponderEliminarQue doce este Blog
Obrigada pela passagem no meu
Ah, os sonhos nos dão asas e liberdade.
Mas tal como a vida os sonhos também tem
duas faces.
bjs
pelo menos os sonhos não nos deixam as noites vazias
ResponderEliminarPara falarmos sobre "No meu sonho", como texto literário, que é, devemos primeiro ver em qual gênero que se enquadra: poesia em prosa ou conto.
ResponderEliminarPode ser poesia em prosa, e também pode ser conto.
Fico com o conto. A historia trancorre em um único cenário, no caso, o quarto em que dormia o personagem. A história é contada de forma rápida, e nela se verifica a concentração de tempo, sem incidentes laterais; se concentra em alguns instantes decisivos, como ensina o prof. Sergius Gonzaga (in Curso de Literatura Brasileira). E mais, nesse caso, o narrador é o personagem central, enquanto que o outro personagem é o homem de terno (fato) cinza. O 'local', no qual se passa a história, é o sonho no sono. E mais: trata-se de uma peça de ficção.
Por isso, "No meu sonho", pode ser classificada no gênero conto. Parabéns à autora.
Abraços,
Pedro.
O sonho é um desejo fantasiado, que ganha vida depois de concretizado. Nunca deixes de sonhar, mas, mais importante que sonhar, nunca deixes de lutar pela concretização desses sonhos. Já agora, nada na vida é eterno, nada, nem mesmo o amor.
ResponderEliminarBeijoo