quarta-feira, 29 de julho de 2009

A viagem da gotinha

Eu era uma gotinha
Presa a uma nuvem de algodão.
Quando a nuvem se furou
Deixou-me cair no chão.

Fiquei muito aflita,
Sem saber o que fazer.
Encontrei outras gotinhas
Que ali passavam a correr.

Perguntei-lhes onde iam,
Começaram a sorrir!
"Vamos para a nascente!
Tu também queres vir?"

E assim todas juntinhas,
Por entre cascalhos e mata,
Surgimos fonte de vida,
Água pura na cascata.

De poça em poça caí,
Lavando os seixos de cor.
Vou arrantando os sais,
Que me oferecem o sabor.

Olho em volta de mansinho
Começo-me a animar...
Já somos um ribeirinho
Que corre para o mar.

Como gotinha de água
Tranquila e transparente
Lá fui descendo a encosta,
Matando a sede à gente.

Até que cheguei à foz,
Onde o rio se junta ao mar.
Mergulhei nas suas ondas
Para os peixinhos saudar.

A gotinha, tão doce e tão terna,
A todos os peixinhos beijava..
Qando sentiu o calor do sol
Que para cima a chamava.

Pela água acima subiu
Como se barbatanas e asas ganhasse
A caminho de uma nuvem branquinha
Que nos seus braços a guardasse.

Assim respondeu ao sol
Cheia de graciosidade.
É a história da gotinha
Que desafiou a gravidade!



Estes versos são para a Margarida, a minha querida filha, que me perguntou se a água do mar era salgada, por lá ter o bacalhau de molho!
Espero que ela cresça descobrindo que na Natureza tudo tem uma razão de ser e se esforçe por defender o seu equlíbrio e harmonia.

8 comentários:

  1. Para a Margarida, com um beijo meu:

    Margarida

    À sombra duma árvore
    dormia a Margarida.
    Veio um bichinho pequeno
    e acordou a menina
    Com cócegas na barriga.

    E ela ria, ria, ria…

    Levantou a camisola
    para ver o que seria.
    Deu logo com a formiga
    que assustada, tremia,

    E a Margarida ria, ria, ria…

    Quanto mais ela tremia
    Mais a menina ria
    Tais eram as cócegas
    Que a formiga lhe fazia!

    E a Margarida ria, ria, ria…

    Lídia Borges

    Obrigada
    Beijo

    ResponderEliminar
  2. Que bela lembrança terá Margarida, sua filha, que te "perguntou se a água do mar era salgada, por lá ter o bacalhau de molho!", quando, mais tarde, ler o poema que escreveste à ela.

    Com o carinho, atenção e desvelo, que, vê-se, dedicas à ela, a Margarida certamente "crescerá "descobrindo que na Natureza tudo tem uma razão de ser e se esforçe por defender o seu equlíbrio e harmonia", como disseste.

    Abraços pra ti e Margarida,
    Pedro

    ResponderEliminar
  3. Belo conto e bela imagem. Pelo escrito e pela ternura de Mãe, que ÉS!
    Beijocas para a Margarida e para a Mãe.


    Pst.....Continua assim a escrever. Para ela e para nós, Ok ?

    ResponderEliminar
  4. Obrigada pelas vossas visitas e pelas palavras tão simpáticas que aqui deixaram.
    Quanto à Margarida, ficou deliciada com o protagonismo. Envia beijos de volta a todos e um xi-coração à Lídia, pois adorou o poema da formiguinha...e riu-se, riu-se, riu-se...não de cócegas, mas de alegria pela atenção que tiveste.

    Muito obrigada!

    ResponderEliminar
  5. Que sensibilidade e talento! Beijo! (para as duas)

    ResponderEliminar
  6. Lindo,terno e instrutivo, este ciclo da água.
    Já mostrei à minha filha e ela adorou a história da gotinha. Faz mais deste género, para eu lhe mostrar :D

    Ana Afonso

    ResponderEliminar
  7. Inteligente ela... faz mto sentido o bacalhau... rs

    ResponderEliminar