
Triste, roto, esfarrapado,
mero espectro de gente,errante, vadio, esgotado,
tenta ser sobrevivente.
Sedento, exausto, perdido,
é marginal e vagabundo.
Solitário, enlouquecido,
É um "bicho" deste mundo.
Arrasta-se pela rua, furtivo.
É eco da própria história.
A má sorte fê-lo cativo.
De risos não tem memória.
Nós damos sopa, café, pão coado,
algo que sabemos ser pouco
a quem o sonho foi roubado
e a miséria torna louco!
É vê-lo estendido no chão,
a noite a fazê-lo gelado.
Cobre-se com placas de cartão
e no meio da escuridão,
adormece esfomeado.
Hipócrita, cínico, imoral,
falso, odioso, o "bom cristão"!
Marca presença na igreja,
mas ao pobre não estende a mão!
É rápido a condenar,
o dedo aponta com destreza,
mas nunca o mandem ajudar,
pode-lhe fugir a riqueza!
Tire-se o véu do certo e do errado
que pesa sobre gente perdida
e o vagabundo desdentado,
outrora um menino amado,
pode voltar a ter vida!
Estes versos foram inspirados num texto fantástico do Pedro Viegas no 1000 Conversas- "Na viela da saudade"
Olá Diabinhos Fora
ResponderEliminarLer este belo poema, retrato fiel cada vez mais vulgar infelizmente nas nossas cidades, onde o ser humano desce ao ultimo patamar da dignidade enquanto ser humano, e se coloca à margem quiçá empurrado pela vida. Ao ler este poema não posso deixar de refletir no quanto ele é tocante e deixar esta bela estrofe no ar
"Tire-se o véu do certo e do errado
que pesa sobre gente perdida
e o vagabundo desdentado,
outrora um menino amado,
pode voltar a ter vida!
Que bom seria que assim fosse...
Parabens adorei
Beijinho
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarUm tema actual e que corre gerações sem fim. Alguns, como nós, olhamos esta situação de frente, outros desviam-se para não serem incomnodados.
ResponderEliminarObrigado pelas palavras simpáticas.
Jp
1000Conversas
A verdade é que as pessoas não estão mesmo para ser incomodadas. Até têm pena e tal, mas acham que pouco podem fazer e acabam por não fazer mesmo nada. Há um grande egoismo na maioria dos seres humanos. Cada um luta pela sua sobrevivência sem se incomodar com os outros.
ResponderEliminarBelo poema.
Parabéns
FC
Somos rápido realmente em condenar!
ResponderEliminarBjinhos da Madrasta!
Parabéns pelo poema, que diz tão bem da vida dessas pessoas marginais. E também da hipocrisia da sociedade.
ResponderEliminarAbraços,
Pedro.
Retrato fiel de uma sociedade cruel, capitalista e hipócrita; nada mais real do que este poema e esta foto. Parabéns por trazer poemas assim que falam do social e não só de amor e saudades...
ResponderEliminarMeu carinho
Tais luso
Felizmente ainda há quem se preocupe em despertar consciências com iniciativas destas!
ResponderEliminarAs pessoas andam adormecidas nas suas vivências. Não se importam nem com o vizinho do lado!
Ana Afonso
Inspirada, vc!
ResponderEliminarDiaba!!!
É a realidade nua e crua do nosso país! Tdo é jogado pra sociedade, quando eles(governantes)que teriam que cuidar, proteger, educar, e proporcionar a essa gente uma vida digna, humana.
ResponderEliminarBjos.
Waleria Lima.
tem modesto presente para vossa pessoa lá no poema e filosofia.
ResponderEliminarabraço!
EU AMO TANTO ESTE POEMA! Vês? Era isto que tu devias fazer: um livro de poesia! Tens tanto jeito...
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